Nadador participa do Circuito Travessias Bombinhas
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Tradicional em Santa Catarina, o Circuito Travessias Bombinhas cresceu e expandiu sua atuação além dos limites da península com 39 praias no estado. No início, em 2001, era apenas uma prova na cidade de 25 mil habitantes.

No calendário de 2025, estão programadas nove etapas, espalhadas de janeiro a dezembro, e haverá provas fora das praias do município que batiza o circuito pela primeira vez.

Os planos de Carlos Alfredo Ribeiro da Silva, o Carlão, organizador que “fica 24h pensando em fazer isso ou aquilo para melhorar” o circuito, são fazer duas etapas (a quarta em maio e a sétima em outubro) provavelmente no Paraná. Os locais ainda não estão definidos.

Nadador master de 51 anos, Carlão assumiu o Circuito Travessias Bombinhas depois da pandemia. “Havia 5 etapas. Fui acrescentado provas, mudando algumas coisas e melhorando a segurança”, conta ele, dizendo que já havia a vontade e uma longa conversa com o antigo proprietário para não deixar toda a história construída por ele morrer. “Então assumimos, aprendemos, melhoramos, erramos, continuamos melhorando para receber todos como atletas e não como números.”

Provas em formato de travessia

 

Carlão cita algumas características do circuito. Todas as provas são disputadas em forma de travessia, saindo de um ponto e chegando na frente da arena. “Nenhuma é de ficar dando 1 ou 2 voltas em um circuito. A menos que, por condições de tempo,  tenhamos que fazer assim para não cancelar o evento.”

Nadadores disputam a Travessia Noturna
Nadadores disputam a Travessia Noturna

O uso de trajes é liberado devido à temperatura da água. “Sempre monitoramos esta questão, mas a temperatura sempre nos permite autorizar os trajes”, afirma o organizador. “As águas de Santa Catarina são mais frias do que as de São Paulo”, completa Carlão, destacando ainda a terceira etapa do circuito, a Travessia Noturna, marcada para o dia 19 de abril. 

Essas características atraem atletas de outros estados e até de outros países. “Nadadores de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Argentina estão sempre presentes”, conta Carlão. “Na de janeiro, temos também mineiros, cariocas e uruguaios.”

Ele também organiza desafios de maratona ou ultramaratonas aquáticas individuais, em duplas ou grupos pela orla de Bombinhas, com percursos partindo de 10km e chegando a 30km.

 

Nadador de piscina toma gosto pelo mar

Carlão conta que aprendeu a nadar quando era criança na Acel (Associação Cultural e Esportiva de Londrina) e treinou para provas em piscina até os 17 anos. Sua primeira experiência em águas abertas foi justamente em Bombinhas por convite de um antigo amigo. “Eles iam para uma tal de Bombinhas nadar, que era muito tradicional e tal.”

Convencido, Carlão voltou a treinar para nadar a menor distância entre as opções oferecidas (5km, 3km e 1,5km). “Cheguei para a minha primeira experiência e era a noturna (risos)”, relembra Carlão. “Depois tomei gosto e já fiz diversas provas dos circuitos grandes, em diversas distâncias.”

Carlão continua morando em Londrina, no Paraná, e organiza o Circuito Travessias Bombinhas de lá, ao lado da mulher, Karina. “Na semana da prova, descemos para organizar as coisas in loco”, conta ele. “São 700km de distância só”, gargalha.

Homem e mulher abraçados
Carlão e Karina

Karina também é nadadora e sofreu um AVC. Devido a uma paralisia no lado direito do corpo, ela treina e nada sempre com um braço só. “Ela é apaixonada pelas águas abertas também. Um exemplo.”

A participação familiar não fica restrita a Karina. Pati Silva, irmã e técnica de Carlão, também auxilia em situações diversas e dá algumas opiniões. “Ela nos ajuda no dia das provas quando pode ir e ainda nada.”

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